Laboratório de Manuseio Coreográfico

#CUIDAR

cantar olhar nos olhos respeitar o meu tempo prestar atenção a medida certa ceder espaço dividir espaço chorar deixar chorar respeitar o tempo do outro cuidar do seu espaço refletir a sua cobrança conversar

abrir espaço oferecer espaço oferecer abraço receber cuidar das coisas do coração

afeto/afetar beber água alongar se mover/mover andar na rua mudar as coisas de lugar

mudar o caminho uma almofada mudar uma atitude  mudar o ponto de vista mudar se colocar no lugar da outra tomar banho de mar ver de perto e ver de longe

esvaziar deixar esvaziar arejar aberturas no corpo do outro seu mover com cuidado evitar lesões ralentar um pouco saber pedir desculpas na hora certa

eu me sinto cuidada quando cozinham pra mim quando recebo uma massagem quando eu não me apresso quando me perguntam como eu estou me sentindo quando eu encontro meu pai quando eu tomo um café na janela quando eu me toco quando me dão presentes quando me escutam quando eu cozinho cogumelos quando estou quente quando eu falo com meu irmão quando eu uso máscara

eu cuido quando eu faço massagem quando eu falo se cuida quando eu toco quando eu abraço quando eu estou presente quando eu ligo pra minha mãe quando eu presto atenção quando eu uso máscara quando eu observo

“Eu não acho que controle é uma palavra ruim. Eu não acho que cuidar (“care”) é a única prática em que nós precisamos estar engajados. E “care”, propriamente, envolve ambos aspectos do “curare”: tanto veneno quanto remédio estão embutidos na palavra “curare”, que é a raíz da palavra “care”. Portanto, práticas de cuidado não se tratam de um “ser legal” sentimentalizado. Viver e morrer verdadeiramente no cuidar envolve estar no meio da contradição, onde não há como não estar engajado na dualidade do cuidado e do veneno, da cura e do veneno.(…) Portanto, isso envolve, entre outras coisas, práticas de controle. (…) Práticas de controle também são práticas para nos mantermos vivos.” Donna Haraway (ver mesa de referências)